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sábado, 19 de abril de 2014

A Economia Ocidental Pré-crise de 1929

A Economia Ocidental Pré-crise de 1929

Aumento da Interdependência Econômica: Um traço distintivo do período pós-Primeira Guerra Mundial foi o aumento da interdependência econômica entre os países. Por um lado, aumentava a circulação geral de bens e fundos; por outro, na hipótese de uma crise, esta teria também caráter mundial. Até o inicio da Primeira Guerra, as grandes potências industriais reservavam mercados para obter matérias-primas e colocar seus produtos manufaturados. A Primeira Guerra mudou esse panorama. Os países aliados passaram a depender dos Estados Unidos, como fornecedores de capitais e produtos para o esforço de guerra.
Ao término da Primeira Guerra, a Europa dependia muito dos Estados Unidos.

A Prosperidade Norte-Americana e a Recuperação Econômica Européia: Durante a Primeira Guerra após o término do conflito, os estados Unidos forneceram capitais para a reconstrução da economia européia que, num intervalo relativamente curto (1918 – 1924), conseguiu recuperar-se. Essa recuperação provocou efeitos diretos na economia norte-americana. Os países europeus procuraram dinamizar suas respectivas produções e tronar-se menos dependentes dos produtos norte-americanos.

A Crise na Agricultura Norte-Americana: Durante e logo após a guerra os empresários agrícolas norte-americanos haviam investido muito na aquisição de terras, equipamentos, e todo o necessário para atender à demanda crescente dos mercados internos e externos. A partir de 1924, após exuberantes colheitas, há uma queda na procura e os preços começam a cair. Os agricultores precisavam vender seus produtos para saldar dívidas e hipotecas, mas não conseguem fazê-lo, o que agradava o quadro.

A Especulação Financeira: No mercado de títulos e valores havia um clima de euforia.
Facilitava-se o crédito para que pequenos investidores comprassem ações na bolsa. Os grandes investidores especializaram-se no negócio de compra e venda de ações fazendo fortunas de um dia para o outro. Dinamizava-se o mercado financeiro e investiam-se menos no setor produtivo.
Nessas situações, dinheiro circula com uma grande velocidade, sem corresponder efetivamente ao que ocorre na produção, que não possui o mesmo dinamismo. Entre 1925 e 1929, o índice geral dos títulos do setor industrial estava cotado em Wall Street (localização da Bolsa de Nova Iorque) em um valor duas vezes maior que o da produção industrial. Aumentavam sem que um correspondente crescimento no consumo justificasse tão altas cotações. Essas cotações elevadas eram produtos de atividade meramente especulativa. um conjunto de grandes investidores comprava grandes quantidades de títulos em baixa, o que induzia outros a comprar mais daqueles títulos. No momento que aumentava a procura elevam-se seus preços. Os especuladores colocavam seus títulos à venda e, na diferença entre o valor que desembolsaram para a compra e o valor que estavam obtendo pela venda, obtinham lucros.


A Crise de 1929

Notícia em jornal da crise de 1929No dia 24 de outubro de 1929, a "Quinta-feira negra", 16 milhões de títulos foram colocados à venda sem que aparecessem compradores. Os preços dos títulos desabaram. A queda se acelerou e, no começo de novembro, os títulos perderam mais de um terço de seu valor. Acreditava-se que a crise era passageira. O presidente norte-americano, Hoover, afirmava tratar-se de uma simples recessão: "Comprem, a prosperidade está na próxima esquina". No começo de 1930, ocorreu uma melhora nas cotações. Os grandes especuladores aproveitaram para despejar no mercado os títulos que possuíam. Novo pânico se instaura arruinando milhares de pequenos investidores, que pegavam prestações de empréstimos pela compra de ações de que eram portadores mas que não tinham mais valor. A queda nas cotações disparava: as ações da US Steel, de 250 passaram a valer 22 pontos. As ações da Chrysler, de 135 passaram a 5 pontos, segundo os índices de valores da Bolsa de Nova Iorque.


A Propagação da Crise

Para saldar compromissos, os bancos norte-americanos deixaram de abrir linhas de crédito aos países estrangeiros e passaram a repatriar os capitais que tinham investido no exterior. Esses capitais haviam sido reinvestidos a longo prazo e na maior parte das vezes não se encontravam imediatamente disponíveis. Empréstimos não eram renovados e as dívidas passaram a ser executadas. A seqüência de falências é impressionante. Quebram bancos, e com eles as companhias que neles faziam seus depósitos em conta-corrente. A onda de desemprego aumenta exponencialmente. Sem empregos, não há rendas disponíveis, não há consumo, não há procura e, por conseguinte, não há produção e não há empregos. Este é o ciclo terrível: a crise a alimentar a crise que adquire uma dimensão mundial. Queda na produção industrial, queda no preço de produtos agrícolas. Países como Brasil, México e Argentina chegaram a Ter que destruir estoques agrícolas para tentar sustentar preços no mercado mundial. O comércio internacional ficou totalmente desorganizado.
O desemprego mundial, que era avaliado em 10milhões em 1929, atinge a cifra de 30milhões em 1932 – cifra que está aquém da realidade, pois trata de empregos e desemprego registrados. As tensões sociais aumentam gravemente.


A Superação da Crise

Maior Intervenção do Estado: Cada país, em função de seus problemas específicos, encaminhou de maneiras diferenciadas as medidas para superar a crise. Comum a todos foi um maior dirigismo econômico. Exceto na URSS , onde a economia era centralmente planificada, prevalecia até então o regime de livre-concorrência e o Estado interferia muito pouco nas atividades econômicas. Dentre as medidas para superar a crise, foi marcante a presença do Estado. O economista britânico John Maynard Keynes foi o grande teórico que advogou uma maior presença do Estado nas economias de mercado. Em 1936 era publicada sua obra que tomou-se um clássico do pensamento econômico – A Teoria do Emprego, do juro e da Moeda.
Superação da Crise nos EUA: o New Deal; Nas eleições de novembro de 1932 para a presidência dos Estados Unidos, Herbert Hoover, do Partido republicano, não foi reeleito como esperava. Sucedeu-o o integrante do Partido Democrata, Franklin Delano Roosevelt, que governou o país de 1933 a 1945. Sua plataforma eleitoral estava baseada num programa de recuperação da economia do país, que foi chamado de New Deal.
Reforma Monetária e Intervenção na Agricultura: Roosevelt considerou, ao assumir o poder, que a medida mais importante seria provocar uma alta nos preços para que os produtores, vendendo mais caro, pudessem honrar suas dívidas. Para isso, fez desvalorizar o dólar. Os portadores de dólares, que os usavam em especulações, trataram de empatá-los em mercadorias, o que provocou um aumento na procura. As cotações na bolsa de valores voltaram a aumentar. Além da reforma monetária , providenciou uma reforma no setor agrícola por meio do AAA (Agricultura Adjustment Act – Ato de Ajustamento na Agricultura). Garantiu uma moratória da dívida dos empresários agrícolas, facilitou o crédito para saldar dívidas anteriores e tratou de racionalizar a produção para que não houvesse superprodução. A renda dos agricultores aumentou.
Ataque ao Desemprego e Auxílio ao Setor Industrial: Foram abertas ‘frentes de trabalho" para os desempregados. A coordenação desses trabalhos foi dada ao CWA (Civil Work Administration – Administração do Trabalho Civil): construção de estradas, de prédios públicos. Um projeto mais vasto, que se tornou um símbolo do programa de recuperação nacional, foi o TVA ( Tennessee Valley Authority) visando valorizar o vale do Tennessee, com a criação de condições para sua navegabilidade: barragens e usinas, garantindo muito emprego de mão-de-obra. Era necessária uma "nova repartição"(New Deal) da renda nacional e a garantia do poder de compra do consumidor norte-americano. O NIRA (National Industrial Recovery Act – Ato de restabelecimento industrial Nacional), de junho de 1933, visava eliminar o desemprego no setor industrial, dando à indústria "uma certeza de lucros razoáveis e aos trabalhadores um salário suficiente". cada ramo de atividade industrial deveria estabelecer um "código de concorrência leal que garantisse aos trabalhadores um salário mínimo, limitação de horas de trabalho (para absorver um número maior de desempregados) e um preço mínimo de venda dos produtos. Roosevelt conseguiu com seu programa recuperar a economia norte-americana. A partir de 1937, a atividade produtiva cresce ainda mais com o desenvolvimento da política armamentista, que está associada aos problemas internacionais que levaram à Segunda Guerra Mundial.

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